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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Solitude


Why can't I hold your hand now?
And why can't I feel you by my side?
You're not here to catch me when I fall down
I just feel so blind!

Your voice can't reach my ear any more
I don't feel your arms around me
When I am alone
I'm needing you, can't you see?

The wind don't bring me your smell
The fire is not warm
My solitude is like hell

Your body lies in the cold grave
And there's so my heart
Just trying to feel you embrace

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Inverno

Faz frio em teus olhos
Já não resplandece a paixão
Do amor não se vê o brilho
Teus sonhos foram em vão

Faz frio em tua alma
Apagou-se o calor do verão
Extinguiu-se como uma chama
Abraçou-te a escuridão

Pálida é tua face
Sem o rubor d'uma conção
Silêncioso o pranto nasce
Do âmago de teu coração

Amor


Que é o amor
Se não um punhal
Banhado de pura dor
Que nos traz eterno mal?

Folhas jogadas ao vento
Inutilmente rastejamos
Tomados de angustiante tormento
Ao terrível amor pranteamos

O amor nos traz a morte
De nossas almas suplicantes
Fere-nos como profundo corte
Deixa-nos totalmente ignorantes

O amor não é cego
Ele é cruel
Destroi-nos o ego
Enxe-nos de fel

Então por que teimamos em continuar
A buscar pelo amor
Sem nos importar
Com a iminente dor?

Esta Noite


Acima de tudo brilha o céu estrelado
Adentra pela janela a brisa morna
Sob o piano o cálice quebrado
Pela madrugada não há nenhuma norma

Repouso em teu abraço quente
Sobre o tapete bege e feupudo
Nada para ocupar nossa mente
Olhamo-nos em silêncioso estudo

Não me importa o amanhã ou o ontem
Esta noite você pertence a mim
Isso não é uma ordem, mas
Apenas me diga que sim

Lá fora os carros cantam
Pessoas andam nas ruas tortas
As horas, não vi, elas saltam
Mas quem disse que isso importa?

Tua boca na minha pele
É tudo o que posso sentir
Pensar no amanhã não me fere
Pois esta noite você pertence a mim

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

She Walks in Beauty - Ela Anda em Beleza * Lord Byron

Ela caminha em beleza como a noite
De clima sem nuvens e céu estrelado;
E todo a perfeição da escuridão e da luz encontra-se
Em seu semblante e seus olhos
Dessa forma enternecida até esta luz suave
Que o céus ao dia fúlgido negam.

Uma sombra a mais, um raio a menos
Teria parcialmente danificado a indescritível beleza
Que ondula em cada negra trança de seu cabelo
E ternamente brilha em seu rosto;
Onde os pensamentos serenamente expressam
Quão puro, quão querido é o lugar que habitam.

E nessa face, e sobre essa fronte
Tão gentil, tão suave contudo eloqüente,
Jazem o sorriso que conquista, as cores que dardejam
Mas que falam de dias em benevolência passados
Uma mente em paz com tudo
Um coração cujo amor é inocente.

Pablo Neruda

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Uma Taça Feita de Um Crânio Humano * Lord Byron


Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...

sábado, 7 de agosto de 2010

Caminhando




Por tantos anos vais caminhando
Empenhado em tua eterna busca
Por que te foste de forma tão brusca?
Segues a andar, mas até quando?

Lágrimas silenciosas de uma mulher
Imploram desesperadas teu retorno
A vida já se encontra em total desadorno
Sem ter a ti para lhe preencher

Venha a mim
Faça renascer a vida
Cicatrize as feridas
Não permitas que seja este o fim

Meu amor jaz tão profundo
Tão perdido em meu âmago
Desejando apenas o afago
Daquele que é meu mundo

Tu farias isto para mim?
Daria-me as estrelas?
Apagaria as incertezas?
Tu farias isto para mim

Por tantos anos vou caminhando
Empenhada em encontrar-te algum dia
Entregue à minha eterna nostalgia
Alcançar-te-ei, mas quando?

Benção Divina


Lágrimas correm por minha face
A dor corta minha carne
Como punhal banhado a sangue
Arranque este amor
Enraizado em meu horto
Abafe este fogo
Que me queima em vida

Ó amor cruel!
Quem poderá chamar-te de Benção Divina
Se tudo o que carregas é sofrimento?
Como poderei eu uma vez mais
Passar ignorada ante teus olhos?
Como poderei eu suportar
Tamanha amargura que me impões?

Não podes ver?
Não consegues enxergar
Cada pranto que derramo?
Ó dor eterna!
Quantas vezes mais hei de morrer?
Ó punhal divino!
Acabes com a agonia de meu ser!

Tente



Veja, contemple as nuvens que vem a se aproximar
Estas, que ao céu vem cerrar

Observe como pinga meu sangue
Sinta como fico grogue

Sem forças para lutar
Apenas pare para escutar

Como canta o vento
Em rajadas de tormento

O vento que vem às almas carregar
Que vem aos fracos eternamente cegar

Agora pare para tentar provar
O líquido sal de meu prantear

Tente sentir
Como é de seu corpo se despir

Sinta o abraço
Frio como aço

Destes anjos cruéis
Das trevas fiéis

Que vem trazer, profunda como corte
A tua certa morte

Abandono


Na fria pedra ela repousa
E lamenta seu infortúnio
Chora suas dores
E questiona aos céus

A fria neve cobre-a
Como que para guardá-la
Salvá-la do sofrimento
Abandonada ela foi

Sobre as lápides
Entre os mausoléus
Guardada por anjos frios
De olhar vazio

A virgem esquecida
Ignorada
Deixada a seu pranto
À eterna noite

Aquele que um dia a amou
Se foi e deixou-a
Sem ao menos um punhal
Para acabar com o pesar

Deixou-a sofrer
Observada por seres cegos
Implorando a deuses surdos

Abandonada ela foi
Sem adaga e
Não amada
Para sempre ela chorou

Lembranças


Às vezes me deparo com pensamentos tristes
Lembranças de uma vida que me parece distante
E nosso adeus em minha mente persiste
Imagens incertas me vêm de forma sufocante

Lágrimas quentes brotam em meus olhos
Grito por ti, contudo não me respondes
Continuas teu caminho e triste me encolho
Segues para tão longe quanto podes

Não consigo mais suportar a dor
Ela me consome, dia após dia
Envolvendo tudo em seu ardor
E me deixando cada vez mais fria

Venha para mim, para mais perto
Pronuncie meu nome e nada mais
Sei que meu destino é certo
Apenas a teu lado, posso viver em paz

Último Suspiro


Aqui repouso
Em minha mortalha de rosas
Por que me deixaste aqui?
Não vês que ainda respiro?

Sei que respiro, pois posso sentir
Os perfumes da Primavera
Mas está tão frio!
Poderia julgar ser Inverno

Estou sangrando
Por que sangro?
Meu sangue tinge as brancas rosas
Posso sentir teu cheiro vermelho

Cheiro triste, de abandono
Não seria esta outra prova
De que respiro?
Talvez seja apenas uma ilusão

Provocada pela solidão e esquecimento
Por que me deixaste aqui,
Morta para o mundo?
Prometeste a mim

Jamais me abandonaria
Ainda ressoam tuas doces palavras
Sussurradas em meu ouvido
Por que me deixaste aqui?

Não vês que ainda respiro?
Eu respiro?
Não mais
Exalo meu ultimo suspiro

Cheio de cortante dor
Provocada por teu esquecimento
E parto
Para nunca mais respirar

Jamais voltar a sentir teu perfume
Doce e impregnado de mentiras
Mentiras as quais tanto amei
E ainda amo-as, irracionalmente

Ainda amo teu perfume
Ainda amo tuas mentiras
Exalo meu ultimo suspiro
Cheio de incessante dor
Provocada por teu esquecimento
Cerro meus olhos
Adeus.